No feminino,
Estados Unidos, Hungria e Austrália são os historicamente favoritos. Já no
masculino, Croácia, Sérvia, Hungria, Espanha, Itália, Estados Unidos e Grécia
são seleções de destaque. O Brasil, principalmente no masculino, pode
surpreender, a partir da evolução obtida nos últimos anos.
Por ser
realizado no meio aquático, em piscinas profundas, os jogadores executam
técnicas específicas de propulsão e sustentação, tanto com membros inferiores
(pernada em eggbeater) quanto de membros superiores (movimentos de palmateio).
Esses movimentos possibilitam a elevação do jogador na água para executar
passes, arremessos, recepções, bloqueios e defesas. Eggbeater e palmateios
geram propulsão a partir de coeficientes de sustentação e arrasto relacionados
a fatores como ângulos de ataque e de orientação, velocidade, aceleração,
comprimento de corda e área propulsiva dos segmentos.
Jogadores
normalmente apresentam grande área e massa corporal, que possibilita vantagens
nas disputas individuais e potência para as elevações e arremessos. O melhor
desempenho, na modalidade está relacionado a parâmetros individuais de
potência, velocidade, agilidade e resistência. Deste modo, a potência de
membros inferiores, com correta execução da técnica de eggbeater para as
elevações do corpo na água, tem sido estimada pela altura atingida pelo atleta
no salto vertical executado na água. Jogadores atingem alturas relativas a 70%
da estatura. Velocidade e potência dos membros superiores, definidores da
velocidade da bola no arremesso, tem sido avaliados pela velocidade da bola
após arremesso, que chegam a atingir valores maiores que 80 km/h. Velocidade de
nado é fundamental no início de cada quarto e na disputas individuais e tem
sido avaliada em testes de natação. Agilidade, relacionada às bruscas mudanças
de direção, devidos às trocas de bola e de posição, tem sido avaliadas em
testes específicos que levam em consideração as situações inesperadas do jogo.
Por fim, a resistência tem sido avaliada em testes de natação e eggbeater.
De modo
complementar, como há natação e arremessos por sobre a cabeça, desequilíbrios
musculares de ombro têm sido intensamente estudados em jogadores de polo
aquático.
As questões
biomecânicas relacionadas ao meio (arrasto e propulsão, principalmente),
aliadas às características dinâmicas de um esporte coletivo, geram desafios à
biomecânica como ferramenta de análise para identificar os aspectos que visam
incrementar tanto o desempenho individual, quanto o desempenho coletivo na
modalidade.
Prof. Dr. Flávio Antonio de Souza
Castro
Grupo de
Pesquisa em Esportes Aquáticos (GPEA)
Universidade
Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS)
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